terça-feira, 1 de outubro de 2013


MEC analisa proposta da BEL

Em correspondência de 23/9/13 dirigida ao assessor de intercâmbio e comunicação da Liga Brasileira de Esperanto (BEL), o diretor de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidenta da República, Claudio Soares Rocha, informou que a proposta pró-esperanto constante de carta aberta à Presidenta Dilma foi encaminhada por Ofício do Gabinete ao Ministério da Educação "para análise e eventuais providências".

A documentação já se encontra no 8° andar do bloco L da Esplanada dos Ministérios, com o chefe de Gabinete do Ministro Mercadante, Luiz Antônio Rebello, que em breve será consultado pela BEL, a fim de que se conheça a posição do ministério perante uma das mais relevantes propostas do movimento esperantista ao governo do Brasil nos últimos tempos (ver "carta aberta" neste blog).
 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013


Mensagens e carta apelam a Dilma sobre carta aberta pró-Esperanto


Por Afonso Camboim

Com o objetivo de tentar acelerar a reação do Governo brasileiro quanto a uma proposta esperantista que vem sendo conduzida desde fevereiro de 2013, utilizamos o portal Fale com a Presidenta no dia de ontem, e o correio no dia de hoje. A nova carta reapresentou, em anexo, as mensagens encaminhadas pelo Fale com a Presidenta e o próprio texto da carta aberta, já entregue (em junho) diretamente ao mInistro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Espera-se, com mais essa ação, que o esperantismo obtenha, enfim, uma resposta do governo. Que seja favorável.

Eis a missiva: 



Brasília, 12 de setembro de 2013.

Excelentíssima Senhora Presidenta da República do Brasil,



1.         A Liga Brasileira de Esperanto (LBE), numa ação Cidadã, tem buscado fazer chegar a Vossa Excelência uma proposta preliminar formulada na forma de Carta Aberta/anexos, a qual solicita que o Brasil assuma uma postura vanguardista no cenário internacional na área da  democracia linguística, particularmente em favor da adoção da Língua Internacional - Esperanto, recomendada pela UNESCO aos países-membros desde 1954.

2.         Coube a mim, na qualidade de assessor de intercâmbio e comunicação da LBE, conduzir essa ação. Pelo portal Fale com a Presidenta, encaminhei mensagem sobre a proposta em 27/2/13 às 20h43 e em 11/9/13 às 11h19*. Pelo portal do MEC, encaminhei a Carta, ainda em fevereiro/13, a qual se registrou como “Demanda 11506796”.

3.         Em 19 de junho de 2013, por intermédio do Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Deputado Wasny de Roure (PT), a Carta/anexos foi entregue diretamente ao Ministro Gilberto Carvalho, com quem aguardamos audiência, solicitada via Gabinete da Presidência da CLDF.

4.         Enfim, agora por meio do correio tradicional, encaminho novamente a documentação, esperando contar com a atenção que a proposta merece, por inovar com simplicidade na busca de solução para um problema remanescente dos primórdios da espécie humana, pela coragem, e por utilizar um recurso eficaz e disponível. Acolhida, a proposta certamente acarretará (do ponto de vista histórico, o que só não interessa a governos medíocres) um destaque internacional a ser creditado ao Brasil e ao Governo de Vossa Excelência.



Respeitosamente,

José Afonso de Sousa Camboim

(Assessor de Intercâmbio e Comunicação da LBE)

A Sua Excelência a Senhora

Presidenta Dilma Rousseff

Praça dos Três Poderes, Palácio do Planalto

CEP 70150-900 Brasília/DF

*Ver anexos desta correspondência

* Anexos



Mensagens encaminhadas pelo portal Fale com a Presidenta:






1. Em 27/fev/2013



Mensagem:

Excelência, Trata-se de grave solicitação. Pedido sério nem sempre é levado a sério, fica na \filtragem\ apressada das assessorias, porém o faço, sabedor do respeito de V. Exa. a cada cidadão. Há ampla fundamentação, mas o espaço não comporta mais que justificativa sumária. Considerando, pois, a) que o Brasil é signatário de 2 Resoluções da Unesco (Montevidéu 1954 e Sófia 1985), formuladas para conclamar os Países-Membros a inserir a língua internacional Esperanto em seus sistemas de ensino; b) que até agora a maioria dos governos nada fez, preferindo os onerosos caminhos da tradução e do poliglotismo e o financiamento tácito a idiomas hegemônicos; e c)que o voluntariado esperantista, marginalizado, dificilmente atingirá a meta do \bilinguismo suficiente\; Peço que o Governo do Brasil, mediante MEC, Itamarati, etc., a) inicie o processo de inserção do Esperanto no sistema oficial de ensino do País; e b)proponha acordos e parcerias com outros Governos pela língua ponte neutra. P. D.





2. Em 11/set/2013



Mensagem:

Excelência, Sobre grave proposta ao Governo brasileiro acerca do Esperanto: 1) encaminhei mensagem por este portal em 27/2/13, 20h43; 2) dirigi o mesmo teor pelo portal do MEC (Demanda 11506796); 3) a Liga Brasileira de Esperanto fez entregar em mão ao Min. Gilberto Carvalho Carta Aberta/anexos com o mesmo teor, em 19/6/13 (v. st Esperanto-Bilinguismo-Suficiente.com). Tudo, SEM RESPOSTA. O Ex-Presidente Lula, que calou jornalista com a pergunta "Alguém já perguntou se o Bill Clinton fala português?", disse ao presidente da Associação Mundial de Esperanto que "Ansiamos para que o Esperanto seja aceito pela maioria das nações...". Mas, não fez sua parte. O 1° Governo de Vossa Excelência já quase se finda, SEM RESPOSTA. Que espécie de GOVERNO precisaremos eleger no Brasil para levar a sério a questão da democracia linguística, da Língua Internacional neutra? Ou será que "fechamos" em   definitivo com o inglês, que nunca paramos de financiar, à revelia da Cidadania? Respeitosamente.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Esperantistoj kaj Esperantofonuloj


De Afonso Camboim


Aurélio (unu el la plej famaj vortaroj de la portugala lingvo) diras ke esperantisto estas "persono kiu parolas Esperanton aŭ kiu estas ĝia fano." Tiu vortaro ne citas esperantofonulo-n (samkiel ne citas rusofonulo-n), sed pro tio ke ĝi citas francofonulo-n, germanofonulo-n kaj arabofonulo-n, ekzemple, nenio nuligis la formadon de la termino esperantofono, kaj derivitaj, kiel jam regas. Esperantisto, do, ampleksas du apartajn kategoriojn de individuoj: la parolantoj (uzantoj) kaj la "fanoj" (simpatiantoj, subtenantoj, defendantoj, ktp.). Mankas al ĉi tiuj, komponanto esenca al tiuj: lernado de la lingvo - kiu havigas precize la esperantofonecon, en plia aŭ malplia grado de uzkapablo.


Saltante de la vortaro al la kulturo de la internacia lingvo, oni trovas, ke bonaj esperantistoj, ĝenerale, opinias ke esperantisto nepre estas, aŭ tuj estos, esperantofonulo. Tiu kategorio, la de "fanoj", kiun inkluzivas vortaroj, estas simple preterlasita de la Esperanto-movado. Efektive, ĝi estas komputita kiel komenca nulo. La originala "deficito pri esperantofonio" de lingvo kiu komenciĝis per "sola parolanto" kaj bezonis pruvi, ke fakte estis farebla (kaj ne nur projekto), kaj aliaj historiaj faktoroj, induktis tion, ke la esperantismo estadas movado kun fokuso pri tuja formado de parolantoj, de kompetentaj uzantoj de la lingvo. En tiu etoso, esperantisto estas tiu kiu parolas Esperanton – malgraŭ ke oni toleru amikeme tiujn kiuj parolas "pli-malpli", sed sub la epitetoj krokodilojeternaj komencantoj aŭ "esperantistoj saluton-ĝis- revido."


Tamen, atenton: se atribui malmultan gravecon al simpatiantoj, subtenantoj, defendantoj ktp. (favore al fokuso pri formado de parolantoj) eble estis la plej bona strategio de esperantistoj en la pasinteco, daŭrigi neglektadon pri tiuj "fanoj" povas esti unu el la plej grandaj eraroj de esperantistoj en la nuntempo.


La konstanta formado de novaj parolantoj sendube ĉiam estos io fundamenta por esperantismo. Sed hodiaŭ, kiam Esperanto estas jam establita kiel vivanta lingvo, kiam la abundo de eventoj kaj kulturaj produktaĵoj per ĉi tiu interlingvo jam ne permesas honestan dubon pri la alta kvalito de parola komunikado farita per ĝi, klasifiki kiel "esperantisto" nur "parolantoj de Esperanto" estas nenio pli ol misgvidita malŝparo pri la energio de la "kvanta faktoro". Laŭ politika vidpunkto, tiu estus eraro neakceptebla fare de E-movado. En politiko, instanco al kiu esperantismo ne povas ne apelacii (se ĝi volas esti oficiale "naskita" kaj volas esti io socie), la kvanto estas la unua kvalito: nenio eniras la tagordon sen signifa kvanto.


Do, por komenci ripari ĉi tiun denuncitan miskomprenon, taŭgas al esperantismo rekoni, akcepti, komputi, stimuli kaj agnoski kiel bonajn esperantistojn, tre krome la esperantofonulojn, ĉiujn "fanojn" de Esperanto, eĉ se ili ne diras (ankoraŭ) nuran vorton en Esperanto. Taŭgas, krome, labori por la optimumigo de tiu “forto”, kiu (oni ne iluziiĝu) ne emus evolui al esperantofoneco, escepte pro kompensiga plio, ŝpruconta precize el tiu oficialigo kiun favoras ĝia aktiva ĉeesto. Tre malmultaj individuoj alfrontas la duoblan sinoferon, krom publike deklari sin favore al "utopio", investi kaj vivi en la avangardo de tiu "utopio". Tiamaniere, per tiu malgranda ŝanĝo (inkluziva) de konceptoj, esperantistoj, kiuj estas tiom malmultaj kaj tiom malfortaj, proporcie al la rolo apartenata al ni en la internacia areno, baldaŭ estos pli multaj kaj pli fortaj. Tiam, pro la altvalora potenco de la nombro (kion certagrade ni jam havas, eĉ senkonscie pri ĝia valoro), ni povos pensi serioze depostuli ĉe la registarojn, en la civitana kaj politika sencoj de tiu vorto, kaj kun reala ŝanco pri ne esti traktataj kiel "komencaj nuloj".

quarta-feira, 31 de julho de 2013



Brazilaj esperantistoj transdonas leteron al la nacia registaro


Klarigo

La ĉi-suba letero, publikigita portugallingve de afonsocamboim.blogspot.com.br kaj de esperanto-bilinguismo-suficiente.webnode,com, kaj prezentita unuafoje al esperantistoj je la 6-a/julio/2013, dum parolado en 2-A ESPERANTO-RENKONTIĜO DE CENTRO-OKCIDENTA REGIONO, en Bienlernejo Bona Espero - Alto Paraíso/GO, estis redaktita en februaro/marto de 2013, sendita kieleble al brazila registaro, kaj fine transdonita integre al ĝi en la 19-a/junio/2013.
Precize, la letero kaj ĝiaj aneksoj estis transdonitaj ĉe-mane al ĉefministro de Ĝenerala Sekretariejo de Prezidantejo de la Respubliko, Gilberto Carvalho, pere de ĝentila ago de prezidanto de Leĝdona Domo de Federacia Distrikto, deputito Wasny de Roure.
Nun, la cititaj retejoj ĝin publikigas (escepte de la aneksoj)  por tuta esperantistaro.

Malferma Letero

Al la Prezidanta Moŝto de Brazila Respubliko, Dilma Rousseff

 Al la Ŝtatministraj Moŝtoj de Ĝenerala Sekretariejo de la Prezidantejo, Gilberto Carvalho; de Edukado, Aluízio Mercadante; kaj de Eksterlandaj Aferoj, Antonio Patriota


Sinjorino Prezidanto,
Sinjoroj Ministroj,

Konsiderinte, ke ekzistas internacia lingvo, Esperanto, planita antaŭ 125 jaroj kaj nuntempe parolata en pli ol 120 landoj, 70 el kiuj, kiel Brazilo, havantaj landajn asociojn membriĝitaj al Universala Esperanto-Asocio - UEA (monda institucio de Esperanto, ligita al Unesko kaj sidejita en Roterdamo, Nederlando);

Konsiderinte, ke Brazilo subskribis du rezoluciojn de Unesco (ĝeneralaj konferencoj en Montevideo / Urugvajo, 1954, kaj en Sofia / Bulgario, 1985 - vidu Aneksaĵojn), ambaŭ formulitaj por rekoni la gravecon de Esperanto pri rekta parola komunikado inter popoloj kaj por instigi la membro-landojn pri ekenkonduko de Esperanto en iliajn edukajn sistemojn;

Konsiderinte, ke, post pli ol duono da jarcento, preskaŭ nenio estis farita de la registaroj de la membro-landoj de Unesko pri produktado de fundamentoj por la inkludo de Esperanto, tio kio faradas el la esperantistoj pli unu internacian  marĝenigitan minoritaton, kaj el ilia senlaca internacia volontulado malŝparon pri klopodoj;

Konsiderinte, ke elekto de edukaj sistemoj por instruado pri fremda(j) lingvo(j),  krom senutila solvo (ĉar ĝi ne preterlasas la penigajn vojojn de poliglotismo kaj de tradukoj), tre malmulte utilas al Civitaneco, des pli favorante la hegemonian ambicion de kelkaj popoloj, maljuste je kosto de la publika monujo kaj/aŭ de la poŝo de sendefenda civitano;

Konsiderinte, fine, ke milionoj da esperantistoj, milionoj da intelektaj subtenantoj, miloj da organizoj kaj institucioj simpatiantaj al la internacia lingvo, ĉio tio, sen la partopreno de kelkaj registaroj, reduktiĝas al preskaŭ nenio, estas nenio alia ol flamo de espero ke iam, pere de nur du lingvoj, homo povos paroli al la mondo;

Brazila Esperanto-Ligo - BEL, la nacia ento de Esperanto-movado en Brazilo, taksita Organizaĵon de Publika Utileco ekde 26/10/1921 (Dekreto nro. 4.356 -  ratifikita per atestilo de Ministerio de Justeco de Brazilo en 18/01/2005), lokita en SDS, Konstruaĵo Venâncio III, Ĉambro 303, Braziljo - DF, poŝtkodo 70393-902, telefono (61) 3226-1298, fakso (61) 3226-4446, retadreso bel@esperanto.org.br, reprezentita ĉi-age de ĝia prezidanto kaj de mi mem, José Afonso de Sousa Camboim, registara oficisto, loĝanta ĉe Braziljo/DF, retadreso camboim.afonso@gmail.com, speciala asesoro pri interrilatoj kaj komunikado de BEL, kaj kun perado de Ekscelenca distrikta deputito Wasny de Roure, prezidanto de Leĝdona Domo de Federacia Distrikto, petas al Viaj Moŝtoj ke la registaro de Brazilo:

1) komencu la procezon pri enkonduko de Esperanto en la oficialan edukan sistemon de la lando: ĉu kreante eksterordinare centrojn por studo kaj esploro pri Esperanto en belletraj fakultatoj de federalaj universitatoj, direktitaj al la formado kaj/aŭ trejnado de instruistoj, inkluzive per Instruado je Distanco; ĉu disvolvigante mallongtempajn aŭ longtempajn mekanismojn por enigi Esperanton kiel opcion por la studo de dua lingvo ("LEM") en mezlernejo kaj por fremdlingva enirekzameno en universitatoj kaj por aliaj publikaj konkursoj; ĉu produktante/ŝanĝante juran subtenon por tiu ĉi celo; ĉu kondukante aliajn taŭgajn agojn; kaj

2) klopodu formaligi partneraĵojn kun aliaj registaroj sentemaj al la bezono adopti ponto-lingvon neŭtralan, en internacia medio de miloj da intra- kaj eksternaciaj etnaj lingvoj, starante akordojn kun grupoj al kiuj Brazilo apartenas (kiel BRICS kaj G20) kaj kun la plurlingva Eŭropa Unio, tiel ke la inkludprocezo pri Esperanto estu samtempa, kaj tial fortigita, en signifa nombro da landoj.

La esperanta propono por ke ĉiuj popoloj kuniru al la sama dua lingvo, estante tiu lingvo politike neŭtrala kaj logike planita, havigas al la homaro solvi je horizonto de kelkaj jardekoj problemon el inter tiuj plej praaj. Sufiĉas ĝin adopti, samkiel faras ĉiujare en siaj konferencoj miloj da esperantistoj, denaskaj parolantoj de 50/60 lingvoj: tie sufiĉas Esperanto - Kaj tio neniam dependis de iu ajn registaro.

Sekve, kun certeco pri tio, ke la nuntempa registaro de Brazilo ne permesos la daŭron de tiu centjara neglektado de registaroj antaŭ tiom grava temo, kaj kun certeco pri tio, ke ĉi tiu registaro ne formetados al senpovaj volontuloj esperantistaj la devon zorgi pri vera Kultura Heredaĵo de la Homaro, BEL elsendas la "ĉelo-projekton" Laborgrupo Esperanto (vidu anekson 4-an) kaj atendas aprobon, metiĝante je plena dispono ĉe Viaj Moŝtoj.


Braziljo, la 18-a de marto de 2013.


Carlos Alberto Alves Pereira
(Prezidanto de Brazila Esperanto-Ligo - BEL)

José Afonso de Sousa Camboim
(Speciala Asesoro pri Interrilatoj kaj Komuniko de  BEL)

 Deputito Wasny de Roure

(Prezidanto de Leĝdona Domo de Federacia Distrikto)

terça-feira, 9 de julho de 2013

Governo brasileiro recebe reivindicação de esperantistas
(uma carta em três passos)


Por Afonso Camboim


Primeiro passo:

Redigi, como simples cidadão, uma Carta Aberta à Presidenta Dilma e aos ministros da Secretaria-Geral da Presidência, da Educação e do Itamaraty. O portal Fale com a Presidenta <falepr@palacio.planalto.gov.br> não aceita textos com mais de 1000 caracteres. Que seja: reduzi minha missiva e enviei pelo portal, em 27 de fevereiro de 2013 20:43, com o seguinte teor:

Excelência, Trata-se de grave solicitação. Pedido sério nem sempre é levado a sério, fica na "filtragem" apressada das assessorias, porém o faço, sabedor do respeito de V. Exa. a cada cidadão. Há ampla fundamentação, mas o espaço não comporta mais que justificativa sumária. Considerando, pois, a) que o Brasil é signatário de 2 Resoluções da Unesco (Montevidéu 1954 e Sófia 1985), formuladas para conclamar os Países-Membros a inserir a língua internacional Esperanto em seus sistemas de ensino; b) que até agora a maioria dos governos nada fez, preferindo os onerosos caminhos da tradução e do poliglotismo e o financiamento tácito a idiomas hegemônicos; e c) que o voluntariado esperantista, marginalizado, dificilmente atingirá a meta do "bilinguismo suficiente"; Peço que o Governo do Brasil, mediante MEC, Itamaraty, etc., a) inicie o processo de inserção do Esperanto no sistema oficial de ensino do País; e b) proponha acordos e parcerias com outros Governos pela língua ponte neutra. P. D.

Segundo passo:

O portal do Itamaraty, até onde tentei, não recebe textos de "simples cidadãos". Já o do MEC, recebeu na íntegra - suprimi apenas os anexos da carta, a qual registrou-se no MEC como Demanda 11506796 (com senha para acompanhamento). Além dos avisos de recebimento, nenhum retorno (até agora). 


Terceiro passo:

Resolvi entregar a carta/anexos em mão. Busquei apoio do presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Wasny de Roure, que gentilmente prontificou-se a agendar um encontro nosso com o ministro Gilberto Carvalho. Enquanto isso, a carta já não era de um simples cidadão, já que o presidente da Liga Brasileira de Esperanto aceitara inserir a entidade, além de "nomear-me" (a meu pedido) para conduzir o processo, e já que o nome do presidente da CLDF passava a constar como intermediador. Enfim, o documento completo foi entregue pessoal e oficialmente pelo deputado ao ministro, em 19 de junho de 2013, e aguardamos a data para "esmiuçar" a proposta perante o representante do Governo. Eis a carta (o "projeto-célula" eu explico depois):


Carta Aberta

À Excelentíssima Senhora Presidenta da República Dilma Rousseff

Aos Excelentíssimos Senhores Ministros de Estado da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; da Educação, Aluízio Mercadante; e das Relações Exteriores, Antônio Patriota

Senhora Presidenta,
Senhores Ministros,

Considerando que existe uma Língua Internacional, o Esperanto, planejada há 125 anos e com falantes hoje em mais de 120 países, 70 dos quais, a exemplo do Brasil, com entidades nacionais filiadas à Universala Esperanto-Asocio – UEA (entidade mundial do movimento esperantista ligada à Unesco e sediada em Rotterdam, Holanda);
Considerando que o Brasil é signatário de duas Resoluções da Unesco (Conferências Gerais de Montevidéu/Uruguai, 1954, e de Sófia/Bulgária, 1985 - v. Anexos), ambas formuladas para reconhecer a importância do Esperanto na comunicação verbal direta entre os povos e para conclamar os Países-Membros a iniciarem processos de introdução do Esperanto em seus sistemas de ensino;
Considerando que, após mais de meio século, quase nada foi feito pelos governos dos Países-Membros da Unesco no sentido de produzir fundamentos para a inserção do Esperanto, o que tem transformado os esperantistas em mais uma minoria internacional marginalizada e o seu incansável voluntariado em desperdício de esforços;
Considerando que a opção dos sistemas educacionais pelo ensino de língua(s) estrangeira(s), além de solução ineficaz (já que não prescinde das onerosas vias do poliglotismo e das traduções), tem servido muito pouco à Cidadania, operando sobretudo em favor da causa hegemônica de alguns povos, indevidamente às custas dos cofres públicos e/ou do bolso do cidadão indefeso;
Considerando, finalmente, que milhões de esperantistas, milhões de apoiadores intelectuais, milhares de organismos e instituições simpatizantes da língua internacional, tudo isso, sem a participação de um conjunto de governos, reduz-se a quase nada, não passa de uma chama de esperança de que algum dia, com apenas dois idiomas, um ser humano possa falar ao mundo;
A Liga Brasileira de Esperanto – BEL, entidade nacional do movimento esperantista no BrasilÓrgão de Utilidade Pública desde 26/10/1921 (Decreto n. 4.356 - ratificado por certidão pelo Ministério da Justiça do Brasil em 18/01/2005), situada no SDS Ed. Venâncio III, Sala 303, Brasília - DF, CEP 70393-902, telefone (61) 3226-1298, fax (61) 3226-4446, endereço eletrônico  bel@esperanto.org.br,  representada neste ato pelo seu Presidente e por mim, José Afonso de Sousa Camboim, servidor público residente em Brasília/DF, E-mail camboim.afonso@gmail.comna qualidade de Assessor de Intercâmbio e Imprensa da BEL, e sob o intermédio do Exmo. Senhor Deputado Distrital Wasny de Roure, Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, solicita a Vossas Excelências que o governo do Brasil:
1) inicie o processo de inserção do Esperanto no sistema oficial de ensino do País: seja criando extraordinariamente núcleos de estudo e pesquisa do Esperanto em departamentos de Letras das universidades federais, com vistas à formação e/ou capacitação de professores, inclusive mediante o Ensino a Distância; seja elaborando mecanismos de curto e de longo prazos a fim de inserir o Esperanto como opção para o estudo da segunda língua (“LEM”) no Ensino Médio e para prova de língua no vestibular e em outros concursos públicos; seja produzindo/alterando suporte legal com esse propósito; seja tomando outras providências cabíveis; e
2) busque formalizar parcerias com outros governos sensíveis à necessidade de adoção de uma língua ponte neutra, num contexto internacional de milhares de línguas étnicas intra e extranacionais, celebrando acordos com grupos dos quais o Brasil faz parte (como Brics e G20) e com a plurilinguística União Europeia, a fim de que o processo de inserção do Esperanto possa ser simultâneo, e portanto fortalecido, em um conjunto significativo de países.
A proposta esperantista de todos os povos afluírem para uma mesma segunda língua, sendo essa língua politicamente neutra e logicamente planejada, faculta à humanidade solucionar no horizonte de poucas décadas um de seus mais antigos problemas. Basta adotá-la, como fazem anualmente em seus congressos, milhares de esperantistas, falantes nativos de 50/60 idiomas: ali basta o Esperanto – E isso nunca dependeu de nenhum governo.
Portanto, certa de que o atual Governo do Brasil não permitirá que perdure a negligência secular dos governos perante questão tão relevante, e certa de que esse Governo não relegará a impotentes voluntários esperantistas o dever de zelar por um verdadeiro Patrimônio Cultural da Humanidade, a BEL encaminha o “projeto-célula” Grupo de Trabalho Esperanto (v. Anexo 4) e aguarda deferimento, colocando-se ao inteiro dispor de Vossas Excelências.

Brasília, 18 de março de 2013.
  
Carlos Alberto Alves Pereira
(Presidente da Liga Brasileira de Esperanto – BEL)

José Afonso de Sousa Camboim
Assessor de Intercâmbio e Imprensa da BEL

Deputado Wasny de Roure
Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal





Esperanto na LDB: o que o Brasil mostra com isso?

Por Afonso Camboim (mestre em Teoria Literária)

O Projeto de Lei n° 6.162/2009, de autoria do Senador Cristovam Buarque, insere o Esperanto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, como disciplina facultativa. Textualmente, Art. 26, § 7°: “Esperanto constituirá componente curricular facultativo da grade escolar do ensino médio, sendo sua oferta obrigatória [no prazo de 3 anos], caso a demanda justifique”. Com a iminente aprovação da Câmara dos Deputados e a aguardada sanção da Presidenta Dilma, poucas vezes na história um passo tão pequeno terá representado um salto tão grande.
O problema oriundo da diversidade de línguas, que sempre inviabilizou a plena liberdade de expressão no contexto mundial, pode ser superado. A comunicação verbal direta entre todos os indivíduos, um dos mais antigos desafios da espécie humana, pode tornar-se realidade. O experimento científico que comprova essa possibilidade já foi amplamente testado num “laboratório” de 125 anos, chamado comunidade esperantista internacional. Isto é fato. Evidentemente, uma conquista dessa magnitude só se consolida se cada povo, falante nativo de uma determinada língua, decidir fazer a sua parte, a fim de coroar os esforços da coletividade humana no sentido de estabelecer um segundo código linguístico, que faculte a qualquer cidadão o direito de dialogar diretamente com qualquer outro, em qualquer parte do mundo. Em sendo assim, dominando apenas duas línguas – uma da sua nação e outra da internacionalidade – o cidadão terá conquistado o pleno direito à liberdade de expressão. O Brasil, mediante um simples parágrafo na LDB, mais uma vez dá exemplo ao mundo, e decide começar a fazer a sua parte.
Para atender meta tão significativa para a humanidade, não teria bastado a UNESCO ter emitido duas resoluções (1954 e 1985), assinadas pelo Brasil e pelos demais países-membros, conclamando os povos à introdução do Esperanto em seus sistemas de ensino; não teria bastado o heroico esforço de milhões de voluntários esperantistas e de milhares de pioneiras instituições mundo afora; não teria bastado, sequer, L. L. Zamenhof ter disponibilizado a Língua Internacional há mais de um século. Para atingir tal meta é imprescindível que cada governo nacional, como alguns de algum modo já vêm fazendo e como agora faz o Brasil, dê um passo concreto: resgate o Esperanto da marginalidade que negligentemente ou discriminatoriamente lhe tem sido imposta e garanta a essa interlíngua tão amplamente testada o status que, afinal, é garantido pela lei a qualquer uma das línguas estrangeiras modernas. Esse status é o que a LDB, num posicionamento vanguardista perante as nações, passa a garantir.
O antigo paradigma do ensino de línguas estrangeiras (isto está cabalmente demonstrado pela História e pelo bom senso) jamais facultaria o vislumbre da comunicação verbal direta irrestrita. Nesse paradigma, o problema da incomunicabilidade verbal direta entre os povos está fadado a perdurar indefinidamente, já que é tão inviável a um ser humano falar os mais de 5 mil idiomas existentes no planeta quanto ao conjunto de todos os povos é inimaginável o consenso pela adoção mundial da língua de um determinado povo. Reafirmando esse impasse, a “solução” do poliglotismo e das traduções nunca passou de paliativo oneroso, cuja ineficácia se evidencia na mesma proporção em que novas tecnologias de comunicação e transporte permitem o intercâmbio direto entre as pessoas em todo o mundo. O “recurso tecnológico” de uma língua internacional (curiosamente criado – e incrivelmente desprezado pelos governos – antes da aviação e das telecomunicações) é hoje a única pendência para a solução completa desse problema. Ao oficializar o ensino do Esperanto (que existia no país como um sub-cidadão sem certidão de nascimento) o Brasil adianta-se numa perspectiva concreta de solução.
Com o Esperanto na LDB, portanto, o Brasil coloca-se efetivamente na vanguarda dos povos, à frente da própria União Europeia, que, com suas 23 línguas oficiais para 27 países, apresenta inquestionavelmente o cenário ideal (dada a premência) para adoção de uma interlíngua. Embora, diga-se de passagem, conte com iniciativas pontuais avançadas (como as da Hungria, Bulgária, entre outras), a UE, morosa em seu processo de oficialização do ensino do Esperanto, continua amargando gastos homéricos e perdas incalculáveis, num cenário de mini-babel. Mais cedo ou mais tarde, pois, deverá seguir o exemplo brasileiro. Já o Brasil, sem motivos internos para maiores esforços, uma vez que conta com o privilégio do idioma Português numa vastidão continental, antecipa-se no apoio efetivo a essa interlíngua viva, o que pressupõe profunda consciência da condição de “aldeia global” que cada vez mais configura o mundo contemporâneo.
Em sintonia com o adágio de que uma grande caminhada começa com o primeiro passo, o governo brasileiro, ao reconhecer oficialmente a “cidadania” do Esperanto no contexto das línguas, confere ao cidadão brasileiro em geral o direito de estudá-lo e de aprendê-lo, desmarginalizando num só ato a língua e o falante. Inaugura, assim, a perspectiva legítima de futuros professores Licenciados em Esperanto, de futuros vestibulares ou concursos públicos com a opção Esperanto, e, sobretudo, de futuros intercâmbios de estudantes brasileiros que terão conquistado o bilinguismo suficiente: “para cada povo, sua língua; para todos os povos, uma interlíngua” – neutra, com reciprocidade.
Embora, do ponto de vista dos expoentes intelectuais da humanidade, raciocinar com uma possível solução definitiva para o problema da comunicação verbal direta internacional não seja algo novo, é simplesmente inovador, do ponto de vista da governança, raciocinar nessa linha, implicitamente questionadora dos paliativos em vigor. O paliativo da tradução, aliás, tem sua eficácia categoricamente questionada desde há muito, pela máxima traduttore, traditore(tradutor, traidor). Quanto ao poliglotismo, valeria a pena citar ponderação “profética” de Nietzsche, um dos mais eminentes pensadores de todos os tempos:
"267. Aprender muitas línguas enche a memória de palavras, em vez de fatos e ideias, quando a memória é um recipiente que em cada indivíduo só pode acolher uma medida certa e limitada de conteúdo. Além disso, o aprendizado de muitas línguas prejudica por fazer acreditar que se tem habilidades, e realmente confere algum prestígio sedutor no trato social; também prejudica indiretamente ao obstar a aquisição de conhecimentos sólidos e a intenção de ganhar de maneira séria o respeito das pessoas. Por fim, é como um golpe de machado na raiz do refinado sentimento da língua que se tenha do idioma materno: ele é incuravelmente ferido e arruinado. Os dois povos que produziram os maiores estilistas, os gregos e os franceses, não aprenderam línguas estrangeiras. - Porém, como as relações entre os homens devem se tornar cada vez mais cosmopolitas e como agora um comerciante estabelecido em Londres, por exemplo, já tem de se comunicar por escrito e oralmente em oito idiomas, aprender muitas línguas é sem dúvida um mal necessário; que, chegando ao extremo, forçará a humanidade a encontrar um remédio: e num futuro distante haverá para todos uma nova língua, primeiro como língua comercial e depois como língua das relações intelectuais, tão certo como um dia existirá navegação aérea. Pois com que finalidade a ciência linguística teria estudado por um século as leis do idioma e aquilatado o que é necessário, valioso e bem-sucedido em cada língua?" (Friedrich Nietzsche - 1844/1900 -, Aforismo 267, in Humano, demasiado humano - 1878 -, Companhia das Letras, São Paulo, 2000). - Grifo nosso.

Quanto ao paliativo do inglês, além das nefastas implicações de ser idioma étnico, favorecedor da hegemonia de alguns povos sobre os demais, essa língua padece das anomalias comuns a todas as línguas “naturais”, ou seja, diferentemente do Esperanto, não foi dada à luz mediante planejamento inteligente. Não pode ser cogitada, portanto, como verdadeira solução nesse contexto, pois além de não suprimir a necessidade das traduções nem do poliglotismo, não tende historicamente a se generalizar como segunda língua de todos os povos. Ao inserir o Esperanto na LDB, finalmente, os governantes brasileiros investem na antecipação do “futuro distante” de Nietzsche, e dão um passo fundamental para a superação desses paliativos, hoje ainda imprescindíveis.

em 9/abril/2013).

quarta-feira, 12 de junho de 2013


Kiom kostas (kaj kiom valorus) popolo lerni alies lingvon?

De Afonso Camboim

"Ĉu iu iam demandis ĉu Bill Clinton parolas la portugalan lingvon?"

Luiz Inácio Lula da Silva

(Eksa prezidanto de Brazilo, en respondo pri certa supozo, ke brazila prezidanto necese sciu paroli la anglan lingvon)

Ekde la titolo (kaj de la epigrafo), ĉi tiu estas artikolo el demandoj, pli ol el respondoj. En mondo kie "nenio venas senpage," ĉio estas aĉetita aŭ vendita, kial oni ne rezonas pri la kosto (kaj multe malpli pri la valoro) de tuta lando, tiele Brazilo, studadi apartan fremdan lingvon? Kion signifas popolo lernendi la lingvon de alia - kaj sen reciprokeco? Ĉi tio ne estas la plej perfekta ekzemplo pri investado favore al alies posedaĵo?

Kion Brazilo kredas fari kiam rezervas la plimulton de sia junularo, jardekon post jardeko, post-duamilite (ĉar antaŭe hegemoniaj fremdaj lingvoj estis aliaj), kiel alloga merkato por esplorado de la anglovoĉa "industrio"? Kiom da monon elpoŝigas la brazilanoj, rekte kaj nerekte (lernolibroj, kopirajto, trejnado de instruistoj, tempo ...) por financi la studadon pri la lingvo de la anglanoj / usonanoj, kaj kiom eskapiĝas el ĉi tiu lando pro tiu "opcio "? Ĉu tiu "havaĵo" aĉetita de ni ĉiutage kaj amase, devige, havas aprioran valoron, aŭ preskaŭ tuta "ties valoro" estas aldonita artefarite, ŝveligita per la eduka/institucia brazila sistemo, en formo de deviga enhavo por aprobo en publikaj lernejoj kaj publikaj konkuroj? Kian "damaĝon" suferas la usona lernanto, ekzemple, kiam sia kompleta nescio pri nia portugala lingvo ne forigas aŭ subtaksigas lin ĉe nenio en sia lando?

Ĉu la lingvo ne estas la ĉefa rimedo, per kiu propagiĝas kulturo kaj ĉiuj aliaj konsumproduktoj devenitaj de iu popolo? Ĉu lerni la lingvon de iu popolo ne estas spektantiĝi pri li aŭ igi lin preferan atentfokuson? Kaj ĉu tio ne samvaloras specialan kvalifikiĝon kiel konsumanto de produktoj devenantaj de tiu popolo? Ĉu "investi" pri tiu "kvalifikiĝo" ne ekvivalentas pagi por esti kliento aŭ aĉeti bileton por eniri superbazaron? Ĉu minimuma nocio pri konsumantrajtoj ne pelus kontraŭen, tio estas, postulon de kompenso pro la elekto kaj lojaleco? Ĉu ne decus, do, esti iel "vendita" la rajto instrui apartan fremdan lingvon al aparta popolo? Aŭ ĉu hazarde nia fideleco tiom daŭra kaj amasa, tiom oficiale promociita, havas nenian valoron, ĝis tiu punkto en kiu, kontraŭe, ni bezonas apliki publikan monon pro ĝi? Kial ni obstine nur aĉetas produkton, se ĝia aĉetado mem implicas valoran vendindan komponanton?

Kiom kostas la neklopodeco de civitano aŭ registaro povi kontakti la aliajn en sia propra lingvo? Kia profitnivelo estas apriore asignita en ĉiuj formoj de transakcioj kaj interŝanĝoj? Kial specifa popolo devas pagi, "investi", por garantii al alia tiel senduba privilegio? Ĉu privilegioj ne estas, en civilizita etoso, aĉetitaj aŭ laŭdeve konkeritaj? Kiu brazila lernanto cedis al la registaro la rajton proponi ĝin (kun la ŝarĝo por la registaro kaj la lernanto) kiel ujo de aparta fremda lingvo/kulturo? Se akceptindas privilegioj en tiu areo, kial ne provi ilin garantii al la portugala lingvo – afero kiu tiom profitemus al ni? Kial oni ne starigas almenaŭ interkonsenton pri reciprokeco, tiel "mi studas vian lingvon se vi studas mian"? Kial oni ne kombinas almenaŭ, ke "via lingvo estos deviga en nia eduka sistemo, se nia lingvo estos deviga en via"?

Se ekzistas miloj da lingvoj en la mondo (inkluzive multaj denaskaj al milionoj de individuoj, ekzemple la rusa, la hindia, la germana, la mandarena, la araba ...), ĉu la lingvo de iu popolo povas aŭ devas havi privilegiojn sur alies? Ĉu tiuj privilegioj subteniĝus sen eksplicita aŭ implica apogo de aliaj registaroj? Ĉu dignas kaj pravas, ke dua popolo “distreme” promociu, inkluzive pere de siaj publikaj investoj, tiaj privilegioj? Ĉu trejnado kaj kvalifiko de instruantoj, kreo de programoj kaj instigoj favore al uzkapablo pri iu fremda lingvo, kaj ĉio cetera kio estas farita tiusence, ne utilas nur al pligravigo de la "origina peko"? Ĉu eraro ne iĝas tiom pli neinversigebla kiom pli efika estas la irado en la malĝustan direkton? Kion Brazilo, ekzemple, kiel nacio kaj kiel popolo, fakte profitus se (pro inversa miraklo) la lernantoj ĝenerale atingus maksimuman uzkapablon pri la angla? Ĉu tio povus vere esti komputita kiel venko por edukado (kaj tiel por la brazila civitaneco), aŭ tute male?

La modesta kaj naiva aro da demandoj kiu konstituas ĉi tiu artikolo celas nur provi rigardon al alia direkto, senzorge pri Eduka Ministerio, pri komuna senso kaj pri tradicia gazetaro. Eble erare, ĝi supozas, ke hiperevidentaĵoj ne ĉiam estas konsideritaj. Samtempe, ĝi supozas, ke la civitanoj povas "enmiksiĝi" pri registaraj decidoj kaj ke, en la kampo de politiko pri lingvoinstruado, restus ankoraŭ ia marĝeno por novaj proponoj. Tamen, estas eble, ke la eminenta brazila registaro kaj ke la landa intelekta elito jam definitive opciis, ke "vi devas lerni la anglan", ke hipotezo pri adopto de politike neŭtrala internacia lingvo devas restadi “eksterkonsidere”.

Ĉu ja estas nekonsiderinde la publika instruado pri kvalifikita internacia lingvo, kiel Esperanto? Ĉu la homaro (kiu jam enaventuriĝis per la antikva egipta lingvo, la latina, la greka, la franca kaj multaj hegemoniaj lingvoj) insistos nefineble por la internaciigo de nacia lingvo, aŭ finfine adoptos realan internacian lingvon? Ĉu la problemo de rekta parola komunikado inter homoj povas esti dece solvita, aŭ ni taksiĝu definitive nekompetentaj por solvi ĝin - malgraŭ la disponebleco de efika instrumento? Ĉu problemo de la homaro ne estas ankaŭ problemo de ĉiu nacio? Ĉu ne konvenas al Brazilo esti aktiva je ĉi tiu temo, same kiel ĝi ekestis pri aliaj? ... Konklude, kial brazila registaro, anstataŭ lasi generaciojn da esperantistoj ekster la institucioj, studante la lingvon senkompense kaj je sia propra risko, ne ekpromocias, pere de publikaj politikoj pri instruado, tiun energion spontanee generita?

El inter ĉiuj tiuj demandoj, sufiĉas ke brazila registaro respondu la lastan. Sed faru ĝin serene, nur post pozitivega analizo pri la trajtoj de tiu proponata interlingvo– same kiel faris Unesko, antaŭe ekesti rekomendinta ree Esperanton kiel pontolingvon al ĉiuj popoloj.